quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Inauguro esse blogger com um breve resumo que fiz de um de meus livros preferidos, da grandiosa filósofa Marilena Chaui, Um convite a Filosofia.

A experiência do sagrado e a instituição religião.

A religiosidade.
Vamos falar um pouco de religião, de forma racional,com fatos buscados na história.
Podemos começar dizendo que a religião é a atividade cultural mais antiga e que existe em todas as culturas.
Graças a consciência que nos difere de outros seres da natureza.
Essa consciência nos dá a percepção de que a natureza, a realidade exterior independe da ação humana,nos faz responsável pela descoberta da morte,do tempo,da memória que é causador de nossa identidade pessoal.
Se unirmos a experiência do tempo e da identidade pessoal,notaremos que os seres humanos são consciêntes de que há seres e coisas que desaparecem no tempo e outras surgem no tempo, isto é, nos permitimos imaginar que vamos após a morte para outro lugar ou num outro mundo, concebendo uma existência futura.
A crença em uma vida futura explica as primeiras manifestações religiosas,definindo as divindades que se exprime na experiência do sagrado.

O sagrado.
O sagrado é a experiência da presença de uma potência ou de uma força sobrenatural que habita algum ser.É a diferença simbólica entre os seres, da superioridade de alguns sobre os outros,superioridade e poder sentidos como espantosos, misteriosos, desejados e temidos.
O sagrado pode ser bom ou mal, protetor ou ameaçador, pode suscitar devoção e amor, repulsa e ódio, e daí nasce o sentimento religioso e a experiência da religião.
A religião pressupõe que, além do sentimento da diferença do natural e do sobrenatural, haja a separação dos humanos e o sagrado, mesmo que este habite nos humanos e na natureza.

A religião.
A religião é um vínculo.É um vínculo do mundo profano e o mundo sagrado, isto é, a natureza e as divindades que habitam a natureza ou um lugar separado da natureza.
Nas várias culturas,essa ligação é simbolizada com figuras, gestos,geralmente dentro de algum espaço, podendo ser chamado de templo.Algumas religiões há cultos não só para as divindades, mas também para os antepassados, os fundadores,que vivem uma vida em outro mundo e podem interceder junto aos deuses .
A cerimônia da ligação aparece, por exemplo na religião judaica, quando Jeaová doa ao povo o lugar onde deve habitar, a Terra Prometida.
Também no cristianismo é explicito por um gesto de união entre o céu e a terra.
A religião organiza o espaço, dando-lhe qualidades humanas ou culturais,não transmuta apenas o espaço.Também qualifica o tempo, dando lhe marca do sagrado.
A narrativa sagrada é a história sagrada, que os gregos chamavam de mito.Uma maneira que a sociedade narra o começo de toda realidade, inclusive o começo ou o nascimento dos próprios deuses, só depois que nasceu a filosofia, a teologia.
Embora a narrativa seja uma explicação para a ordem natural e humana, ela não é dirigida ao intelecto de as quem seguem e sim ao coração, que desperta sentimentos e emoções, onde é cobrado a fé, a confiança.A religião é crença, não é saber.

Manifestação e revelação.
Há religiões que os deuses se manifestam, de formas diferentes, de forma misteriosa onde é dado à um humano ver o que os olhos não conseguem ver,e a inteligencia humana não tem forças para conhecer.
Há religiões que deus revela a verdade para os seres humanos sem fazê-lo
sair de seu mundo.Podem ser sonhos, visões, mas o fundamental é ouvir as divindadeso que é revelado é a vontade de deus, no qual o crente confia e cujos desígnios ele cumpre.Judaísmo, cristianismo e islamismo são religiões de revelação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário